quinta-feira, 30 de junho de 2011

* Voo breve ...


Queridos amigos, amigas e visitantes, vou me ausentar por uns dias por motivo de férias... Retorno em breve. Um abraço afetuoso a todos.

Úrsula Avner

fonte da imagem: Google

terça-feira, 28 de junho de 2011

* Encantamento *

desenho de Luiza Maciel Nogueira
em : http://versosdeluz.blogspot.com


um pássaro
ruflou suas asas
ao pé do meu ouvido
em voz gentil
falou comigo
sussurrou
na língua dos poetas
depois voou
cercado de arcanjos
sob voz de profetas

Úrsula Avner

sábado, 25 de junho de 2011

* Um certo olhar*

fonte da imagem : Google

anda solto
um olhar acomodado
vaga pelas ruas e avenidas
olha mas não vê
passeia entre outros olhares
desa (di) vi sa dos
percorre praças e jardins
lugares sem guarida
portos pontes becos
sem fim sem saída
quer se desvencilhar
das correntes
se desgarrar
de dores pendentes
no dorso da cegueira forjada
cavalga intrépido o olhar
em longa jornada
vai levando na íris
um pouco de tudo
daquilo que acha que vê
daquilo que não quer ver
do que deixa de olhar
do que deseja perscrutar
do que teme contemplar

Úrsula Avner

terça-feira, 21 de junho de 2011

* Náufrago(do verbo)

nu da minha voz : Gabriela Boechat

calou-se
adormeceu sobre versos
que submergiram
lacrimejou
sobre a folha vazia
alva e gélida

espanto de si mesmo

é no vácuo
que algo acontece
não há movimento
sem queda
sem espaços vazios

que o sono seja
longo e reparador
que sonhos tragam
fragância e bolor

Úrsula Avner

quinta-feira, 16 de junho de 2011

* Nostálgica*

imagem: google

talvez um silêncio
silvestre
penetre a folha
de veias saltadas
nervos em sepulcro

hoje o azul
não basta
em cinza pardo
se despede o dia
apressado
não se aparta sozinho
vaga solitária
ao fundo da tela
lua cheia
de meias verdades
rege o bailado do mar
mas não lhe cabe decifrá-lo

zonza
a folha desprendida
de uma árvore qualquer
pernoita no húmus da terra
:
misteriosa jornada

se cantasse no horizonte
um vento festivo
seria azul

Úrsula Avner

domingo, 12 de junho de 2011

* O que emerge (2)

desenho: Rosa de aquarela
por: Luiza Maciel Nogueira
http://versosdeluz.blogspot.com

verso
se apegou ao paladar
no ranger de dentes
fez sua cama
deu de andar pelos cantos
de levar nos ombros
o peso das ideias

o que faz sentido

é o que se inventa
o que se refaz
com assombro

verso gemeu

eu tremi

Úrsula Avner

quinta-feira, 9 de junho de 2011

* O que emerge*

tela: Salvador Dali

no casco da noite
galopam sonhos
em cacos de vitral
porque não é inteiro
o que emerge do ser

poetizar é como delirar
sonho que se vive acordado
loucura que abraça o poeta
com ele dança em
passos de quem
nunca se cansa
á luz do dia ou
da madrugada
em qualquer ritmo
qualquer dança

Úrsula Avner

segunda-feira, 6 de junho de 2011

* Algum surrealismo*

tela: Salvador Dali

um dia
hei de escrever
canto de passarinhos
dor de borboletas
videiras que fermentam vinhos
sentimento sem letras
o que não se pode carregar sozinho

jasmim mangou de mim
não quis a sombra do jardim
tampouco o beijo do grafite
sobre a folha de papel carmim

quero o mundo ao avesso
se pudesse escrever flor
de outo jeito
seria assim
: ROLF

Úrsula Avner

quarta-feira, 1 de junho de 2011

* Galho seco *

acrílico sobre tela : mulher dormindo- Sóra Lobo

não me sabia
secreta
quando dormia
e quando o sono
se alongava
já não era a noite
tela vazia
onde bordam-se sonhos
até que seja dia

quando o sono
se alongava
eu me perdia
no espaço infindo
da alma fugidia
que pranteando
ou sorrindo
se desfazia

não me sabia
inteira
quando entendia
de dormir o sono
da folha travessa e iludida
de um galho seco caída

Úrsula Avner