domingo, 13 de setembro de 2009

* Auto-observação *


Se enrijeço

não mais me (te) vejo

sob o regaço da sombra

adormeço

onde nada se altera

plácida voz da repetição

na fugacidade do tempo

que ruge como fera


Se oscilo

não aconteço

não me concretizo

transito do fim ao começo

Emudeço

no útero da vida

no cárcere do desejo


Úrsula Avner


* poema com registro de autoria

imagem do Google- Tela de Seurat, 1883 - " Camponesa sentada na grama "

10 comentários:

  1. Belíssimo poema, Úrsula.

    além da transitoriedade e fugacidade dos sentimentos vivenciados e expressos pelo eu-lírico, destaco o belo de jogo de rimas "ricas" que acentuam a literiedade de seu poema.

    Parabéns. Muito bom!

    Beijos :)
    H.F.

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  2. corrigindo...

    "destaco o belo jogo de rimas ricas..."

    Beijosss...

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  3. Uma sensibilidade nas palavras que nos transportam para uma viajem ao interior.
    Uma auto observação bem profunda!
    Fantástico!
    Beijo,
    Judite

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  4. humano ter desejo é pleonasmo?
    lirismo aqui também?

    beijo.

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  5. Belíssimo Úrsula!

    O nosso eu interior em sua poesia!

    Beijos

    Mirse

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  6. Úrsula,

    Fina flor do desejo. Flor da pele. Belo poema.
    Bjão

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  7. Oi Ursula...sabe, não sou muito de divagar ou comentar os trabalhos das pessoas, somente digo que está bom se gosto mesmo e se não gosto eu nem entro nos comentários...rss, essa sou eu. E a sua poesia sempre é bonita e muito bem elaborada.
    esmaques pra ti!

    Marisete Zanon

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  8. Uma auto-observação cabível a qualquer pessoa.
    Se vacilamos diante de nossos ideais, nossos desejos mais íntimos...nada acontece!


    Bjo amiga!

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  9. Gostei bastante de seu poema.

    Parabéns, Úrsula!

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